PE/Goiania – Museu da Cidade

 

Câmara Cascudo e os muitos Categerós  do Museu de Arte Sacra de Goiana

Como certas imagens de Nossa Senhora do Rosário que os escravos pintavam de preto para melhor símbolo de sua proteção, há o Santo Antônio Preto, Santo Antônio dos Cativos, reverenciado pelos escravos e que, ao contrário do Santo Antônio branco, livrava-os do capitão de mato e das matilhas de cães sacudias no rasto do negro fugitivo. Uma das imagens mais bonitas está no Museu de Arte Sacra de Goiana, quando o prefeito Lauro Raposo criou e reuniu , salvando e mantendo para estudo, alguns centos de santos de madeira, de impressionante beleza e outros encantadores de primitiva simplicidade natural, espécimes dos velhos santeiros dos arredores, muitos deles, os últimos fieis ao movimento clássico de Braga.

 Reportagem da Revista O Cruzeirode 16/06/1951

Como certas imagens de Nossa Senhora do Rosário que os escravos pintavam de preto para melhor símbolo de sua proteção, há o Santo Antônio Preto, Santo Antônio dos Cativos, reverenciado pelos escravos e que, ao contrário do Santo Antônio branco, livrava-os do capitão de mato e das matilhas de cães sacudias no rasto do negro fugitivo. Uma das imagens mais bonitas está no Museu de Arte Sacra de Goiana, quando o prefeito Lauro Raposo criou e reuniu , salvando e mantendo para estudo, alguns centos de santos de madeira, de impressionante beleza e outros encantadores de primitiva simplicidade natural, espécimes dos velhos santeiros dos arredores, muitos deles, os últimos fieis ao movimento clássico de Braga.

 

…. Há no Museu de Goiana (Pernambuco) a imagem de um Santo Antônio Preto, exemplar magnífico que reproduzi no Cruzeiro, de 16/06/1951, p. 78, Rio de Janeiro (jornalista David Nasser), conhecido por “Santo Antônio Cartaguinês ou Catagerônimo” e ainda “Cantajarona“, corrução de Caltagirone, na Sicília, representando outro santo franciscano, falecido em 1515 e não preto. Creio que não se trata do Santo Antônio Preto, de Noto, mas a devoção e carinho dos escravos seriam ao verdadeiro Santo Antônio de Lisboa, com o pigmento escuro, que o aproximava dos seus amigos escravos.

Câmara Cascudo, também, diz: “Na Basílica de Pernambuco, no Recife, há o Santo Antônio Barbado, Santo Antônio capuchinho, protetor dos lares e fazedor de casamentos difíceis. ”
(CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro) Fonte: http://www.jangadabrasil.com.br/junho/al100600.htm Almanaque Jangada do Brasil, Suplemento de variedades, nº 10, ano 99)
Também citado pela Revista do Instituto Geográfico da Bahia, cit., p. 117, nota 11. nota 70. (pág. 74, Categeró, Salvatore Guastella.)

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