Debret registrou Santo Antonio de Noto nas Procissões do Rio nos séc XVI e XVII
Séc XVI e XVII/RJ – Antiga procissão com Categeró (Noto)
Fonte de onde foram buscados estes dados: http://www.dezenovevinte.net/obras/imagens_nancy.htm
Uma imagem grande de Santo Antonio de Categeró (Noto) compunha o 5º andor na Procissão de Cinzas do Rio de Janeiro nos séculos XVI e XVII.
A tradicional Procissão de Cinzas, no Rio de Janeiro, em seu dispositivo era composta pelos membros mais abastados e influentes da sociedade carioca. Era organizada anualmente a partir de 1650. A Procissão, na quarta-feira de Cinzas, anunciava o tempo de Quaresma e Penitência que se iniciava. O primeiro cortejo (1ª edição do evento) saiu com vinte andores, e assim se manteve até 1758, quando uma forte tempestade destruiu os objetos e alfaias. Em 1850 foi reorganizada, saindo com um séquito constituído de doze andores.
Segundo Debret “Esta procissão, que tem a reputação aliás justa de apresentar aos fiéis o maior número de imagens esculpidas, durava quatro horas; regressa noite fechada e o seu percurso se enche, sem descontinuar, de uma multidão de espectadores nacionais e estrangeiros”. (DEBRET, 1839, p. 373-374). A procissão das Cinzas acontecia em 1650 na seguinte disposição: o pomposo séquito era inaugurado por oficiais, anjos e portadores de candelabros e cruzes. O primeiro andor apresentava um casal de reis. Em seguida, vinha um andor com imagens representando São Francisco com a cruz, ao lado de Cristo também com a cruz, aludindo à similaridade da vida de S. Francisco com a de Jesus Cristo. O terceiro andor trazia o conjunto da Cúria, representando a entrega da Regra de São Francisco ao papa, assistida pelos cardeais. O quarto andor trazia “um rei e uma rainha de pé”. O quinto andor exibia a imagem de Santo Antônio de Noto. Seguia-se Nossa Senhora da Conceição, a padroeira da Ordem. Logo em seguida, a imagem de Santa Margarida de Cortona, a pecadora arrependida. O andor seguinte vinha com a representação de São Francisco e o Senhor crucificado. Após este, aparecia o andor de São Roque seguido pelo de São Luís, Rei de França, e logo atrás, Santa Isabel, rainha de Portugal. O último andor, que encerrava a procissão, era a cena marcante do recebimento das chagas, em que São Francisco adora o Cristo Seráfico na cruz e dele recebe os estigmas.