Capela do Senhor do Bom Jesus, no pátio do colégio – atual igreja São José de Anchieta (e a ausência do Beato Antônio de Categeró)
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A busca pela chegada do Beato Antônio de Categeró, em São Paulo,
tem de ser iniciada na literatura produzida pelos Jesuítas – padres
e irmãos (noviços), que construíram templos, evangelizaram os
índios, assistiram os portugueses, ajudaram à administração
pública, defenderam e integraram o território e, ainda,
escreveram a história, da maior cidade do Brasil
e da América Latina.
Ao longo de mais de quatrocentos anos, a Igreja do Colégio passou por grandes transformações. De cabana em 1554, a igreja ganhou contornos da arquitetura colonial jesuítica durante o século XVII e sofreu com o abandono após a expulsão dos jesuítas no século XVIII. Em fins do século XIX decidiu-se, através de um acordo entre o Bispado de São Paulo e o Governo da Província, pela demolição do templo em lugar da reconstrução, após o desabamento de parte de seu telhado durante uma tempestade em 1896. Já no século XX, após a devolução do Pátio do Colégio para a Companhia de Jesus como um dos marcos iniciais das comemorações do Quarto Centenário da Cidade em 1954, a igreja pôde ser reconstruída sendo inaugurada em 1979. Em 1980 o padre José de Anchieta passa a ser seu padroeiro após ser beatificado pelo papa João Paulo II. Em 2009 a igreja passa por sua última reforma onde se buscou a unidade entre a celebração e o espaço litúrgico. Finalmente em 2014 a igreja tem seu padroeiro canonizado pelo papa Francisco e passa a se chamar “Igreja São José de Anchieta”. É neste ambiente amplo e com decoração única que a igreja acolhe seus fiéis nas missas cantadas, sempre acompanhadas pelo órgão de aproximadamente mil tubos sob a direção da “eschola Cantorum”, e nas celebrações de batismos e casamentos.
A descrição acima, bastante resumida, foi retirada do portal dos Jesuítas. Ela é importante para o trabalho, de busca por quem, quando e como, chegou o beato Antônio de Categeró, em São Paulo. Todos autores dão conta, que foram os jesuítas, mas, ainda não houve uma carta ou documento que o relate objetivamente. Portanto, a imagem do beato negro, não consta da relação de imagens dessa capela fundacional do catolicismo em São Paulo. Mas, mesmo assim, é possível discutir uma série de questões decorrentes dessa ausência e da tradição de uso pelos jesuítas do Beato Antônio de Categeró em seus trabalhos devocionais com negros e índios, estes últimos, no mínimo, enquanto cativos de paulistas. No final dos anos quinhentos dos 120 fogos, citados na bibliografia, dificilmente, teria menos de dois negros e, para cada negro, estava sendo escravizados dez índios. Talvez, em um universo superior a mil almas, garantidamente, quatro ou cinco vezes, maior que o de brancos.
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