1999 – Luís da Câmara Cascudo e Categeró
Um dos mais importantes pesquisadores das raízes étnicas do Brasil e sem dúvida, um folclorista minucioso e abrangente. Nascido a 30 de dezembro de 1898 em Natal, capital do Rio Grande do Norte. Ele dicionarizou Santo Antonio de Categeró.
Santo Antonio de Categeró é descrito por Luís da Câmara Cascudo, um dos maiores intelectuais brasileiros, no seu Dicionário do Folclore Brasileiro.
“Muito venerado pelos escravos no Brasil era o Santo Antônio de cor preta”
Podia ser apenas a comum imagem, pintada de negro por solidarismo e sublimação dos seus devotos.
No hagiolário católico há um Santo Antônio Preto, terceiro franciscano, nascido de uma família muçulmana em Barca da Cirenaica, África do Norte,
aprisionado por cristãos e feito remeiro nas trirremes sicilianas, vendido como escravo a um camponês de Noto, na Sicília.
Convertido, liberto, tomou o hábito franciscano, fazendo vida de piedade e assistência tidas em vida no aroma de santidade.
Faleceu a 14 de março de 1549, em Noto, perto de Siracusa.
Há no Museu de Goiana (Pernambuco) a imagem de um Santo Antônio Preto, exemplar magnífico que reproduzi no Cruzeiro, de 16/06/1951, p. 78, Rio de Janeiro,
(Imagem) conhecida por “Santo Antônio Gartaguinês ou Catajerônimo” e ainda “Cantajarona“, corrução de Caltagirone, na Sicília, representando outro santo franciscano, falecido em 1515 e não preto.
Creio que não se trata do Santo Antônio Preto, de Noto, mas a devoção e carinho dos escravos seriam ao verdadeiro Santo Antônio de Lisboa, com o pigmento escuro, que o aproximava dos seus amigos escravos.
Há no convento da Penha, no Recife, um Santo Antônio barbado. Tratando-se de convento de capuchinhos, era natural que o vulto estivesse dentro da regra.”
(CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro) com endereços eletrônicos: