Percalços de uma bela devoção (1ª parte)

Livro SB de OedH (Small 1)

Página 386, embasamento para a discussão deste Post. (ver em PDF abaixo)

Beato Antônio Etíope, de Noto ou de Categeró

e o Papa Sisto V

(post-a-partir-da-obra de Ângela Cerinotti)

 Este trabalho é iniciado a partir da publicação do livro de Ângela Cerinotti, Santos e  Beatos – ontem e hoje, páginas 196/7 e 386.  A obra não cita o beato de Categeró, mas  também não cita San Guglielmo, estes dois beatos, os quais sob a primazia de San  Conrrado Confalonieri são, ainda, as devoções importantes da cidade de Noto na  Itália. Mas, também, é sentida a ausência de São Benedito, consagrado à cidade de  Palermo. E todos eles, pertencentes, a um período de tempo bem próximos, a  maioria contemporâneos.

 O Papa Sisto V governou a igreja católica (1585-1590), ou seja cinco anos de papado,  aos cinquenta anos após a morte do Beato de Categeró (1549).  Pouco antes do  término de seu papado, em 22 de janeiro de 1588,  fez instituir a Sagrada  Congregação dos Ritos, destinada ao processo de santificação, como primeiro passo  para o que existe hoje. A finalidade da instituição, para a época, era: ” tratava tanto  da regulação do culto divino, como das causas dos santos”.

Anterior a norma,  o processo de beatificação Diocesana, era efetivada pelo bispo  local e comunicada à Santa Sé. Pelo novo rito passou a ser centralizado no Vaticano.  Numa  análise considerando as distâncias e o tempo de comunicação e aplicação  das normas, daquela época, procuraremos avaliar, a possibilidade de extravio do Processo de Beatificação de Antônio Etíope, hoje arquivado desde 1589, na biblioteca de Palermo/Itália. Ressalve-se que essa devoção prosperou em Portugal – e ainda é cultuada, pela denominação de Antônio de Noto e no Brasil, bastante histórica e estendida territorialmente, com a denominação de, Antônio de Categeró (com muitas corruptelas da palavra Cartagerona).

 A discussão busca entender e especular de como encontrar provas de que a aplicação da norma ou outra situação tenha causado esse desencontro administrativo das questões da fé, em que todo o processo diocesano, inclusivo, com material suficiente à canonização plena (santificação), em razão de vários milagres, ficou perdido. Provavelmente, nem tenha chegado ao Papa Sisto, o processo do já então Venerável, já consagrado como  Beato Antônio de Categeró. Além, de um terremoto em Noto (sicília/Itália) que determinou toda a transferência da cidade de local (1699), houve também a questão religiosa com os Jesuítas, sendo que o processo de beatificação de Categeró, a cargo de um jesuíta, esteve perdido por quase quatro séculos. E somente, foi recuperado um tomo com 30 depoimentos, de três com um total de 90. Está a obra na biblioteca da cidade de Palermo.

Origem da análise – livro de Ângela Cerinotti, página 386

Sisto V e Categero 1

 

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