20 anos antes de Ms Salvatore Guastella, igreja do Ó, fez livro sobre Categeró
O historiador brasileiro e fundador da Academia Cristã Paulista de Letras, Manoel Victor de Azevedo era devoto da igreja de Nossa Senhora do Ó. Na década de 60, ele produziu um livro sobre a a vida, a devoção, orações e documentários da Freguesia do Ó, com a história do bem aventurado, António de Categeró. Essa obra foi editada, sob a chancela da igreja do Ó, 20 anos antes da biografia, hoje, tida como oficial de Categeró, elaborada pelo religioso da Itália, Monsenhor Salvatore Guastella.
O Manoel Vitor apresenta no embasamento de sua pesquisa, o processo o Frei Antônio Daça, primeiro historiador a relatar a vida do beato de Categeró, no século XVI (Valladolid. 1611). Mais especificamente: Frei Antonio Daça, “Vida y milagros dei hermano Antonio de Calaragerona, santo negro de Ia Terceira Orden, colegida de tres procesos autenticos, y de noventa testigos jurados” in Marco de Lisboa, “Cronica Geral de Nuestro Padre S. Francisco y su Apostolico Orden”, parte IV, livro 39, 155-168. Impresa em Valladolid, 1611.
A narrativa de Manoel Vitor quanto a ambientação de localização e vida no Norte da África é bastante detalhada e coloquial. Transporta o leitor para o ambiente de vida do jovem, sem nome, de fé islâmica, raptado por volta dos 16 anos, por corsários traficantes de escravos. Que após seu princípio de vida na Barça, atravessou raptado o mar Mediterrâneo, e vivou em Noto e Ávola, na ilha da Sicília na Itália, onde morreu, em 14 de março de 1.550.
A narrativa de Manoel Vitor sobre a vida do beato é semelhante a da obra do Ms. Salvatore, menos extensa e detalhada, mas muito afável no escolheu para contar à comunidade do Ó. E é sobre sua comunidade que ele dedica parte da obra, contando a história da igreja da Matriz de Nossa Senhora do Ó. Por fim, ele reproduz a novena do Bispo Paulo Rolim Loureiro, talvez tenha recebido de alguém, sem a devida assinatura. Mas o texto é o mesmo, e o avaliador de sua obra, o Frei Hugo Baggio, ofm – atesta o uso de fontes, referindo que eram sérias, da validade e importância da obra e que a novena contida no livro é baseada na vida do servo de Deus e que tem aprovação da autoridade eclesiástica.
Manoel Vitor não deixou, qualquer outra indicação sobre sua pessoa na obra (1968), exceto pelo traço identificado no estilho aplicado na capa desse livro, feita por seu filho Manoel Victor de Azevedo Filho (já falecido). E o neto, dele (autor do livro) e filho (do autor da capa) tem o mesmo nome. Se chama Manoel Victor de Azevedo Neto, informou que seu avô assinava algumas obras com somente Manoel Vitor, sem o “c” mundo. Também, reconheceu a semelhança técnica da capa do livro, com um santinho de 1961, de uma novena e oração do Ó ao beato António de Categeró, do Bispo Relim Loureiro.
O Diácono Camargo, da igreja do Ó, diz não ter conhecido pessoalmente Manoel Vitor, informando de que o mesmo era uma pessoa com muito sucesso profissional nas artes, inclusive com fama. E, ainda, que Manuel Vitor tinha grande trânsito e influência junto à Paróquia, na gestão do padre José Collaço. Estamos no aguardo de mais informações e em paralelo buscando novas fontes.
Eis o livro de Manoel Vitor: História do bem aventurado Antônio de Categeró, sua vida, sua devoção, orações e documentário da freguesia do Ó.
TAG
SP/Igreja Nª Sª do Ó
URL curta: https://categero.org.br/antigo/?p=9008