Categeró e o jongo da benzedeira

Jongo da Manuela com Categeró em música da raiz afro-brasileira

categero e o jongo 1

 (mp3)

As novas gerações não compartilharam a realidade daqueles que estão nas faixas etárias acima dos cinquenta anos. Talvez tenham ouvido causos e estórias contadas pelos mais velhos. Mas não vivenciaram as benzedeiras…

Ah!… as benzedeiras. Por isso, ao escutar o jongo da Manuela não se entreguem – os mais novos, a uma interpretação particularizada, e os mais velhos, reduzindo a universalidade que o trabalho, como arte oferece. Esta música, mesmo contemporânea, é uma lídima representante da raiz afro/brasileira. E essa atividade – benzedeira, independente de etnia, é das mais gratas lembranças da tradição religiosa do Brasil de Sul a Norte.

Quem não conhecia na vizinhança ou tinha na família alguém que era conhecida como benzedeira. Eu tinha a Vó Duvina (a Dona Ledovina – que era branca como muitos outras benzedeiras) que quando benzia, o fazia usando um copo d’água e um galho de arruda ou a tesoura, também com tesoura e brasas. Cada componente da benzedura tinha uma destinação específica (dor de cabeça, estômago e etc..) Mas para essa celebração eram recitadas orações católicas como “Pais-Nossos e as Aves-Marias” ritmados e quase ininteligíveis, pelo sussurramento e rapidez da execução.

O Jongo da Manuela é o enlevo comemorativo dessa expressão cultural e que, em sua conclusão, apresenta a relembrança (talvez dos autores) de um acidente com a imagem de Santo Antônio de Categeró ao término do ato de benzedura efetivado. É um trabalho típico de inculturação, algumas vezes, incompreendido por algum pároco inexperiente.

O autores deste trabalho que tem suas trajetórias culturais em seus portais:

e Kiko Dinucci    http://www.uiadiario.com.br/colaboracoes/uma-rapidinha-com-o-uia-kiko-dinucci/.

Na execução da obra estão Jonathan Silva: voz e violão/ Filpo Ribeiro: Rabeca e Vocais/ Dani Zulu: Percussão e vocais. Há publicação dessa música no Álbum Benedito da gravadora Tratore/Cooperativa, ano de 2010.

Material recolhido do Youtube no link:   http://www.youtube.com/watch?v=tseM9w-SYnw (assista a apresentação do Grupo)

O músico Jonathan Silva é natural de Vitória-ES e reside em São Paulo desde 1999

categero e o jongo 2

Atua como compositor junto às companhias de teatro “A Santa Palavra”, “Bonecos Urbanos e “Cia São Jorge de Variedades”. É integrante-fundador do  grupo Zabandá, com o qual realiza shows, oficinas e pesquisas sobre o Congo do Espírito Santo. Tem dois  discos gravados; o CD “Necessário” de 1996 e o CD infantil “Olha a Chuva Pessoal, Tira a Roupa do Varal” de  2002. No momento prepara seu novo disco “Benedito”, onde apresenta linguagens do Congo, Samba, Jongo e  Baião relacionadas a elementos urbanos, resultando num criativo universo sonoro

Sobre Kiko

Kiko Dinucci – http://www.uiadiario.com.br/colaboracoes/uma-rapidinha-com-o-uia-kiko-dinucci/

Nasceu em São Paulo em 1977. Como compositor trabalha diretamente com a musicalidade paulista e  paulistana influenciado por compositores como Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini, Geraldo Filme, Raul  Torres e compositores contemporâneos como Itamar Assumpção, Luiz Tatit, Wandi Doratioto, entre  outros. Seu cancioneiro é composto de Sambas, Lundus, Jongos e Modas de Viola. Trabalha atualmente  com o Bando AfroMacarrônico composto de um repertório de músicas de sua autoria. Como artista  plástico desenvolve trabalhos de gravuras, desenhos e pinturas, Ilustrou o livro Salmos de Itaquera de  Fabiano Ramos Torres

MP3 da música: Jongo da Manuela Santo Antônio de Catigeró

 

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