EU – Portugal/Lisboa – Procissão século XVIII
O Santo António dos negros, em Portugal (Lisboa), segundo Carl Israel Ruders, no século XIII
Seguem dois parágrafos, em sequência, constantes na página 16, do trabalho de pesquisa da doutora em história, Lucilene Reginaldo, intitulado: “África em Portugal”: devoções, irmandades e escravidão no Reino de Portugal, século XVIII, de autoria de Lucilene Reginaldo, 2009 – desdobramento da Tese de Doutorado na Unicamp” de 2005, Ensaio publicado on-line, História (São Paulo), vol. 28, nº 1, Franca.
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No final do século XVIII, o sacerdote sueco Carl Israel Ruders presenciou uma das mais importantes procissões do calendário festivo de Lisboa. Na procissão de Santo Antônio de Lisboa, desfilavam pelas ruas “uma grande quantidade de imagens, algumas representando Santo Antônio e a Mãe de Deus com o Redentor nos braços”.
Imagem de Categeró, em Évora
Dentre as inúmeras imagens, a de um santo preto era um dos atrativos da procissão. “O andor deste santo preto, de lábios grossos, era levado por negros e acompanhado por padres da mesma cor, seguidos de uma multidão de pretos e mulatos” (Ruders, 1981: 52). É provável que o santo preto que desfilava na procissão do patrono de Lisboa fosse o particular Santo Antônio dos negros.
A devoção ao Santo Antônio preto também foi conhecida no Reino de Angola, (então colônia portuguesa) Em seu testamento datado de 21 de dezembro de 1789, José Manuel, comerciante na cidade de Benguela, determinou que: Sendo seu falecimento nesta cidade, será meu corpo amortalhado em mortalha branca segundo o costume da terra, e conduzido no esquife de Santo Antônio de Catalagerona, acompanhado pelos seus irmãos para a igreja da Freguesia de Nossa Senhora de Populo, onde quero ser sepultado.
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