Sobre a chegada do Beato Antônio de Categeró ao Brasil, muito pouco existe

Um pouco de Categeró nos séculos XV e XVI, de Brasil e Itália

Abaixo, o Hagiolágio Católico Romano, na Internet, onde consta o beato, sua página http://www.santiebeati.it/dettaglio/91434 e para localizar, na relação, página 13: – http://www.santiebeati.it/A/more13.html

A pesquisadora paulista Professora Doutora Maria Cristina Caponero, cita a formação de uma Irmandade ao Beato Antônio de Categeró, na Capital de São Paulo, no ano de 1592. A mesma autora, informa que antecedeu, ao Beato Antônio de Categeró, a criação na mesma capela, de uma irmandade de Nª Sª do Rosário dos Homens Pretos, no ano de 1490. Ou seja, ainda no século do descobrimento português o beato de Categeró já estava enraizado no Brasil. Hoje, com mais de sessenta imagens entronizadas, em todo o território, sendo quase a metade de imagens do período barroco.

É unânime, entre os historiadores, citarem que o Beato foi trazido da Itália, para o Brasil, pelos padres da Companhia de Jesus. Porém, não encontramos documentação que faça essa confirmação. A citação mais antiga sobre o Beato Antônio de Categeró na igreja católica é seu processo de beatificação, que foi elaborado na diocese da cidade de Noto, na Sicília, logo em seguida a seu falecimento. O processo constava de três tomos, num total de 90 depoimentos. No período da beatificação diocesana, o processo deveria ficar arquivado na Diocese, neste caso, a cidade de Noto, ou então, remetido à Roma. No entanto, o processo desapareceu, por sorte já havia sido publicado, pelo cronista da hagiologia francisca frei Marcio de Coimbra, relatado como beato António Ethipoe, conforme link de abertura desta matéria.

O biógrafo moderno do Beato Antônio de Catgeró, monsenhor Salvatore Guastella, italiano oriundo do Vale de Noto, também, biografou outros santos notinos. Pesquisou o beato, com apoio e documentação do Brasil ,e publicou livro em 1986. Neste, relata ter ocorrido o renascimento Categeró, para o mundo, a partir do Brasil. E, em consequência a retomada nas cidades de Noto e Ávola, na Itália, onde essa devoção se perdera no tempo.

Um terremoto, em 1693, atingiu a cidade de Noto obrigando a mudança total do lugar da cidade. Foi arrasada e, na reconstrução, a devoção não foi retomada e caiu no esquecimento. Também, no Brasil, Categeró, teve um tempo de ostracismo, por dois fatores muito fortes: a questão jesuítica, tanto por ter sido usado, um santo que não era da sua ordem jesuítica, sem autorização da ordem franciscana. ou mesmo pela expulsão da ordem jesuítica do Brasi;l e, ainda, a questão pombalina que, numa radical transformação das formas de devoção – na prática, extinguiu as grandes procissões, principalmente, a de Cinzas, onde o beato era uma das imagens, em desfile.

Mas, não foi só o desconhecimento e as consequências históricas citadas, que jogaram a devoção em ostracismo. O Beato Antônio de Categeró, de outras tantas denominações e diversificada identidade imagística, foi vítima da sua própria ordem. Este foi o principal fator de sua devoção ter quase ter se extinguido. E, o trabalho de resgate, que estamos realizando objetiva, mais fortemente, que as antigas Ordens Terceiras de São Francisco, tão desenvolvidas no Brasil, façam a retomada desse relicário católico, que não teve culpa de ter sido escolhido pelos Jesuítas, como instrumento de Catequese dos negros e índios no Brasil. Assim, que a própria ordem franciscana tradicional, se engaje, nesse mesmo trabalho, que os antigos terceiros abandonaram sob indução da ordem primeira.

O franciscanismo brasileiro está em débito com anti-trabalho devocional que foi propiciado ao beato Antônio de Categeró. Ele é o representante negro da ordem terceira, talvez, o mais antigo do mundo. Nos depoimentos, da canonização de São Benedito consta o fraterno e emotivo relato, de como São Benedito estava feliz, em seus estertores da morte, por estar sendo recebido, pelo irmão Tio Antônio (Categeró).

Quando a Ordem Primeira Franciscana Chegou ao Brasil, Categeró já tinha muitas irmandades. Categeró é um terceiro franciscano e são inúmeros os fatos históricos de franciscanos da ordem primeira, que o rejeitaram, trabalhando ativamente, pela desmotivação á sua devoção. São fatos compráveis desde o século XVII, que em alguns casos, ainda perduram. Neste ano de 2017 completamos 425 anos de Categeró no Brasil.

Nossas metas são:
1.- Acelerar o avivamento devocional do Beato Antônio de Categeró, no Brasil e em Portugal;
2.- Compurgar, o franciscanismo brasileiro, à  mea culpa sobre a histórica rejeição ao Beato;
3.- Retirar o Beato Categeró da exclusão franciscana, em sua própria OFS – antiga Ordem Terceira, mas, internacionalmente;
4.- E, juntos, buscar a canonização do Beato, que se encontra na Congregação para a Causa dos Santos, no Vaticano.

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