Imagens do Beato Antônio de Categeró no Brasil e em Portugal com menino Jesus no colo

 

Pág. 62, do catálogo Bendito das Flores e Antônio de Categeró, onde não havia a identificação denominativa em ser Categeró o Benedito.

Sobre o Beato Antônio de Categeró e São Benedito, vamos repetir os termos, com que encerramos uma postagem, sobre as quase quinhentas belas imagens publicadas no catálogo produzido pelo Museu de Arte Sacra de São Paulo e pela Secretaria da cultura do Governo do Estado paulista: “Entendemos que quando peças fotográficas desses dois santos, constantes nesse acervo, forem usadas em divulgação, deveriam receber a respectiva identificação denominativa. Só assim não aumentaremos as dúvidas de quem é quem, que já são numerosas.”

Mas, justamente, nesse catálogo denominado Benedito das Flores e Antônio de Categeró, com essa imensa quantidade de imagens, no capítulo referente ao Beato Antônio de Categeró, com mais de duzentas imagens, a da página 62, é uma imagem singular. Imagem que antes de mostrá-la deve ser um pouco esmiuçada em sua construtura. Até, nem precisa, tanto, como veremos.

Qualquer imagem canônica, da igreja católica, cuja estátua tenha o santo ou beato, uma forte tonsura ‘’Ccorona Christi”, franciscana ou melhor, capuchinho. Como a expressão latina, metaforiza para um escultural entendimento, um corte de cabelo, que raspe a cabeço do noviço ou franciscano, deixando-lhe cabelo, que pareça a coroa de cristo na cabeça. Se adicionarmos um pequeno infante, no colo, temos certeza de tratar-se do Santo Antônio de Pádua (para os italianos) ou, de Lisboa (para portugueses). Agora, transforme as feições e a cor da pele de Santo Antônio, para preto, a representar um negro. Todos aceitaremos como sendo uma imagem de São Benedito.

Mas, não é bem assim. Em Portugal e no Brasil houve muitas representações, no século XXVII,  XVIII e início do século XX, onde o (beato) Santo Antônio de Categeró, era assim produzido pelos santeiros daquela época. Foi ao final do ano de 1699, que a Diocese da Bahia,  fez uma proibição, não permitindo que a Capa de uma irmandade dedicada, a esse beato, usasse o mesmo, assim representado. Mesmo, não tendo sido expedido um documento formal, aos poucos ea partir dali, houve essa preocupação em que a imagística do Santo negro, não se confundisse com o São Benedito. São Benedito que em 1699, ainda não era nem Beato, mas Categeró, sim.

Mas, ao compararmos a imagem de Categeró publicada, no Catálogo do MAS/GovSP, página 62 (brasileira), com uma imagem, citada e publicada, por Giovanna Fiume, em seu trabalho sobre esses dois santos católicos, imagem essa, pertencente ao acervo do Museu Municipal de Portalegre (portuguesa), temos uma surpresa. Tem bastante parecência. Necessita um tempo, para relatar as diferenças pontuais, de pequenos detalhes, que começam a ocorrer. Claro que não são iguais. A principal diferença esta em a imagem brasileira ter 65 cm de altura e a portuguesa 20 cm. A construtura de uma estátua em 20 cm de altura, exige muito mais esmero, ou deixa visíveis as falhas. Uma imagem maior facilita o detalhamento. Mas, reduzindo as duas, em imagens de mesmo tamanho e vistas, de longe, transparece a semelhança.

Mas, o mais importante descobrir quem serviu de modelo para quem? Eu mesmo, cheguei a encontrar no circuito comercial de imagens, Santo Antônio de Categeró, São Benedito e Santo Antônio de Pádua, sob esta mesma forma.

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