Igreja Nª Sª do Rosário dos Pretos/SP – Incubadora devocional há mais de dois séculos

Imagem em tamanho natural, a mais próxima à lojinha

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Essa função social e religiosa, de incubadora de devoções, talvez seja de importância transcendental, dentre as missões que a providência divina definiu a este grupo devocional de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Paulo. Como e porque ocorreu e, de como, possa ser uma alavanca às ações futuras da Irmandade.

Diversos autores da história de São Paulo fazem essa referência, em concreto a Santa Edwiges e a Santa Efigênia, como devoções que se inciaram no Rosário dos Pretos.  Elas teriam começado como irmandades, dentro da igreja do Rosário, e tomado seu rumo, estruturando-se como igrejas e paróquias. O monsenhor Salvatore Guastella, biógrafo do Beato Antônio de Categeró, por informações obtidas junto à Cúria Metropolitana, de São Paulo, ná página  71, citou a existência de devoção ao Beato de Categeró na igreja de Santa Edwiges. No entanto, em março de 2014, o pároco da atual igreja, fora do centro de São Paulo, disse que esse fato histórico não existiu, quanto ao Beato Antônio de Categeró.

Quanto a formação da devoção de Santa Edwiges na Igreja do Rosário dos Pretos, no livro do Comendador Joviano Amaral, ” Os Pretos do Rosário de São Paulo – subsídios históricos no centenário da abolição (1888-1988), está bem detalhada a chegada ao Rosário, por um grupo de senhoras da sociedade paulista, em 1938, publicado no jorna A Gazeta, em 04/04/1938, levada para o Rosário e transformada em devoção. Antes, da existência da igreja construída a esta santa.

Já quanto a Santa Efigênia, (princesa núbia – negra), juntamente, com Santo Elesbão (o rei negro), foram instituídos como irmandade em 4/11/1758, na igreja do Rosário. – Em 13 de fevereiro  de 1801, por provisão do Príncipe Regente, foi transferida a irmandade, para sua própria capela, na freguesia de Santa Efigênia. Em 15/01/1820, por provisão régia, o compromisso de Santa Efigênia e Santo Elesbão. Houve, depois de algumas discussões, acordado o direito do Rosário permanecer com a Imagem e trabalhos devocionais aos dois santos negros. Fato semelhante ocorreu com a irmandade dos Homens Pretos da Igreja da Boa Morte. (Livro do Comendado Joviano Amaral – da Irmandade de Nª Sª do Rosário dos Homens Pretos/SP).

Creio que é saudável ao catolicismo, que essas datas, de convivências conjuntas, de Santa Edwiges, Santa Efigênia e Santo Elesbão, como também com os Irmãos da  irmandade dos Homens Pretos da Igreja da Boa Morte, sejam festejadas conjuntamente, aos co-irmãos. Grandes eventos produzidos e o público alvo ou clientela, como melhor entender, são irmãos pretos, que têm suas causas comuns e precisam da maior união possível.

Porém, quanto ao Beato Antônio de Categeró, existem três aspectos, que nossa pesquisa, tenta o resgate de fatos históricos, que elucidem, especificamente:
1º – O Beato Antônio de Categeró teve sua irmandade, fundada em 1592. E foi feito sob o pomposo nome de “Irmandade do Milagroso Santo Antônio de Categeró“, dois anos após a criação da primeira “Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos” (1590), ambas em São Paulo, provavelmente, na igreja de Santo Antônio – Patriarca;
2º – Porque Categeró seria o único santo negro (dos quatro do catolicismo fundacional brasileiro) a não ter tido devoção em uma igreja de irmãos, como a de Nª Sª do Rosário, que foi incubadora de devoções negras paulistas, considerando-se, aí, também, São Benedito, Santo Elesbão e Santa Efigênia;
3º – As devoções negras colonias chegaram na seguinte ordem em São Paulo:
a – Nossa Senhora do Rosário, entre 1576 e 1585, com a irmandade em 1590 (jesuítas);
b – Beato Antônio de Categeró, entre 1576 e 1585, com a irmandade em 1592 (jesuítas);
c – Santa Efigênia e Santo Elesbão em 1596, e a irmandade logo em seguida, em 1602 (carmelitas);
d –  O venerável “Benedetto da San Fratello” – São Benedito, em 1639 (franciscanos) – beatificado oficialmente em 1763, cuja data de morte (1589) está no período de datação da chegada de Categeró no Brasil.

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