Atenção religiosa gratuita prestada aos mortos indigentes no auge da era escravagista

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A imagem do Beato Antônio de Categeró existente na pequena Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, no bairro da Liberdade, em São Paulo/SP, deve ter em torno de quase 240 anos. Assim, em  dois anos estaremos comemorando essa quantidade de quase dois séculos e meio.

O ambiente é rústico e aconchegante. As poucas pessoas que recepcionam são amáveis e esclarecedoras. Isso não inibe, uma pressão natural, para aqueles que conheçam a história cemiterial de todo aquele espaço. Cabe um espetáculo de luz e som. Mas, sem essa pré-condição, pelo queimador de velas, ao lado do capela, com a fumaça e  cheiro característico de vela queimando, já cria o ambiente de compreensão das finalidades históricas. Onde houver a sineta, aquela típica da recepção de defuntos em cemitérios e haja um apagar das luzes, do entorno, à noite, com certeza o beco de uns 200 metros, aproximadamente, viraria um cenário de terror.

Talvez, que por causa de todo esse quadro que, inintencionalmente, surge nos visitantes, tenha a Capital paulista, uma excelente visita turística laica, não religiosa do ponto de vista, de uma imposição valorativa do catolicismo. mas da expressão de seu uso como finalidade social, na assistência gratuita, aos desvalidos em todas as épocas. Seria mais conveniente, a presença mais amiúde de padres ou noviços, para interagir com os visitantes.

É o típico local para uma música ambiente. Muito encantaria a música clássica sobre o Beato chamada “Categiró” composta para a igreja de Nª Sª do Ó”. O poema, de Cassiano Ricardo, (imortal da Academia Brasileira de  letras), musicada pelo Maestro Ernst Mahle (imortal da Academia brasileira de música), entre outras belas músicas, existentes sobre o Beato. Tanto a igreja, através da Cúria Diocesana paulista, quanto as autoridades públicas, estadual e municipal, deveriam incentivar projetos para a revitalização daquele espaço, melhorando a circuito dos sítios religiosos, no Caminho das igrejas, de São Paulo antigo, que parece se encontrar desativado.

Segundo Paulo Cursino de Moura, em São Paulo de Outrora, produzido pela Livraria Martins Editora, de São Paulo Capital, em 1943, de páginas 95 à 97, quando relata datar a capelinha de 1774, construída ao tempo do Bispo Frei Manuel da Ressurreição, acreditando que a data de 1869, que se lê na fachada, refere-se à data de uma possível reforma e outras importantes informações históricas desse local. Outro historiador paulista que descreve, amiudamente, detalhes do Cemitério e Capela dos Aflitos, com sua assunção pela Mitra de São Paulo, em 1774 é Antônio Egídio Martins, no livro São Paulo Antigo (1554-1910), editado pelo Conselho Estadual de Cultura, sob a organização de Fernando Góes, antes da metade do século passado, de páginas 84 à 86.

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