São Benedito não é Categeró

“Abença” padrinho é um conto que se ambienta em São Benedito ser confundido com Santo Antônio de Categeró

 

são benedito 1São Benedito

O conto está postado no Portal do Ipiranga, site do bairro de mesmo nome, da cidade de São Paulo e, cujo autor só deixou suas iniciais  “E.L.”

O Portal do Ipiranga é na expressão dos administradores “uma opção em conteúdo informativo da região do Ipiranga, gerando satisfação aos seus Visitantes, auxiliando a preservar a História e valorizando o Bairro e Região do Ipiranga.

são benedito 2Santo Antônio de Categeró

http://www.independenciaoumorte.com.br/lembrancas/item/136-lembran%C3%A7as-xii.html?tmpl=component&print=1

Para encontrar o conto no endereço referido, deve-se ir ao menu “Abrir Lembranças” e buscar  “Lembranças XII”.  O menu Lembranças contém 13 entradas, numeradas em romano de I a XIII.  É um espaço para as pessoas depositarem histórias ou contos sobre a vivência no bairro. Não existe um ordenamento ou classificação. Neste, o “Lembranças XII” estão depositados mais de 20 textos, alguns bem pequenos, outros médios e uns poucos maiores. “Abença” Padrinho é um destes últimos e  se localiza entre os últimos da barra de rolagem. Seu autor é simplesmente E.L.   Vamos ao conto:

 “ABENÇA” PADRINHO

Não sei se era comum em todas as famílias de antigamente os filhos terem uma madrinha santa ou um padrinho santo. Eu tenho um padrinho santo, é São Benedito. E todas as vezes que encontrava o santo, seja em que igreja, praça ou local quer for, minha mãe ordenava.

-Menino – corre vai pedir bênção ao padrinho.

E lá ia pedir benção ao santo

– “Abença” padrinho!

Havia duas igrejas que minha mãe, embora declaradamente não católica, me levava de vez em quanto, querendo eu, ir ou não, porque nesse tempo criança não tinha querer. A primeira era a Igreja de São Judas Tadeu, no Jabaquara, na época, ainda uma única igreja, pequena, mas com um grande atrativo para a minha curiosidade infantil, a sala dos milagres, um verdadeiro museu de bengalas, muletas, fotografias e diversas peças de cera na forma de partes do corpo humano, cabeças, braços mãos, pés e etc..

Eu até me conformava com o passeio porque minha mãe dizia que meu nascimento foi num dia 28, mesma data em que se comemora o dia de S.Judas embora ele em outubro e eu agosto, mas essa diferença para mim não tinha importância.

A segunda igreja era a Capela da Santa Cruz dos Enforcados ou popularmente e carinhosamente chamada de “Igreja das Almas”.

Nesta igreja sim eu achava bom de ir. Nela o meu padrinho era enorme, muito bem representado uma estatua tão grande no meu ponto de vista de baixinho, que mais parecia à imagem do Cristo Redentor do Rio de Janeiro de tão grande.

Mas, o tempo passou, chegou à adolescência, a vida adulta, outros compromissos, outra vida vivida muita longe, por assim dizer. Mas nunca me esqueci das minhas visitas ao meu padrinho na Igreja das Almas, e me vinha uma saudade grande, ainda mais, depois de conhecer a história da Igreja, o martírio do Cabo Francisco José da Chagas, o “Chaguinhas”, a razão do nome Praça da Liberdade e então eu prometia a mim mesmo.

-Assim que eu tiver um tempo, vou visitar e pedir “abença” ao meu padrinho lá na igreja das almas.

E na vida, nada como um dia após o outro, a oportunidade de cumprir meu compromisso com o Santo, com meu padrinho e mais ainda, com a minha infância, chegou.

E numa manhã apanho um ônibus, o trem do metro, algumas estações e lá chego eu na praça da liberdade.

E confesso, que emocionado vou a passo acelerado em direção a igreja, paro uns segundos a sua porta, respiro fundo, entro e logo na entrada onde o povo acende as velas, vejo meu padrinho, agora bem menor, mais ainda de majestosa figura, espero disfarçadamente alguns visitantes saírem de perto dele, mereço um reencontro em particular e assim…

Opa!! Que placa é esta! Não indica São Benedito meu Padrinho!?

E não era mesmo o meu padrinho. Descobri naquele instante, que de menino o tempo todo pedi “abença”, a Santo Antonio do Categiró e não a São Benedito que é bem menor e fica num outro altar dentro da igreja.

Naquele instante, me senti tremendamente desconcertado e do fundo do meu coração, pedi perdão ao meu santo padrinho e amigo.

E no meu embaraço parecia que ouvia um som mágico que me dizia.

– Não se aborreça meu afilhado e amigo, o Antonio do Categiró me entregou direitinho todas as suas “Abença “Padrinho.

Autor: E.L.

 

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