Museu da Pessoa – Nossa Causa
O Museu da Pessoa é um museu virtual de histórias da vida aberto à participação gratuita de toda pessoa que queira compartilhar sua história a fim de democratizar e ampliar a participação dos indivíduos na construção da memória social.
O depoimento que recolhemos, do Museu da Pessoa, está na Internet, e aqui lincado o endereço do Museu, onde pesquise por Vanda Machado, que abaixo salientamos, nosso grifo de interesse.
Vanda Machado
Nascimento: 15/04/1942, São Filipe
São 14 laudas tamanho A4, digitadas em Arial corpo 11. Fizemos nossa dedução das palavras da depoente. Parece tratar-se de uma descendente de escravos. Hoje (2011), se viva e o esperamos que sim, está com 70 anos. É uma bela história de vida. Pronta para pano de fundo de qualquer literatura. Agradável de ler e de fazermos nossa avaliação da simplicidade que é o ser humano, o qual no dia a dia complicamos. Disponibilizamos o Doc para uma bela leitura.
Aqui destacamos quando Vanda Machado fala de Santo Antônio de Categeró e o transcrevemos, talvez um pouco amplo, para melhor ser compreendido
“…Eu aprendo como fazer melhor aquilo que eu faço, deixar de fazer aquilo que não é para fazer. E vou aprendendo, me formando, me reformulando, é, todo tempo sempre nesse sentido, então juntar a história com a vivência seria, por exemplo, pensar nesse sentido agregador do povo negro, que no navio negreiro quando um era completamente diferente do outro na sua etnia, às vezes até inimigo, se eles brigavam muito por conta dos limites e de repente eles se olham e passam a ser malunos. Malunos é uma palavra que significa companheiros e aí eles foram se juntando no navio, na senzala, nos terreiros, nas associações, nas irmandades, né, Irmandades de São Benedito, Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, Irmandade de Santo Antônio de Categeró, então, as irmandades negras foram se juntando pra fazer as grandes igrejas, enchendo de obras de arte, de ouro, né, como tem na Bahia. Mas pelo jeito de estar junto, né, nos quilombos e hoje nos blocos afro, nas escolas de samba, o povo quilombola ensinou a liberdade no Brasil, ensinou pra gente o que é ser livre, ensinou pra gente o que é estar junto, sair de uma situação difícil e criar um jeito livre de viver. Então toda a minha experiência de vida, minha experiência de ouvir história, de contar história, de vivenciar histórias, de ver pessoas saírem de situações de solidão, entrar na situação de solidariedade, de estar junto, de crescer junto, tudo de bom, isso.” …