Aconselhamentos franciscanos
O mundo se torna um lugar melhor quando entramos o acolhimento que buscamos
Em 2003, quando procedi a sistematização da devoção ao beato Antônio de Categeró, incluindo o primeiro site – o www.categero.org.br.br que existiu até 2008 (mas de forma muito incipiente), em razão dos textos postados pelo apostolado veritatis splendor (www.veritatis .com.br/), em demérito ao beato, procurei o Ministro Franciscano para a Província do Sul do Brasil, o atual bispo de Vacaria, no Rio Grande do Sul, o então frei Irineu Gassen. A audiência foi agendada e teve o comparecimento do estagiário Paulo Diego Navossati, que estava encarregado de coletar nossos primeiros dados sobre o beato Antônio de Categeró.
Faz oito anos desse fato mas sempre é presente o aconselhamento passado pelo bispo Irineu. Quanto a discordância de alguns irmãos sobre a beatitude ou santidade de Categeró, me tranquilizou aquela autoridade dizendo que o Papa João XXXIII, em virtude de situações semelhantes havia expedido uma orientação que fosse considerado, nestes casos, como “Santos Populares” da igreja. Pois mesmo não tendo o reconhecimento oficial, não invalidava qualquer esforço devocional particular ou oficial na igreja.
Em 2010, quando retomamos a continuidade pública da devoção, pois ela não parou, perdeu condições econômicas para sua manutenção ostensiva na rede mundial. Verificamos que ainda persistia algumas das mesmas situações adversas para quem se empenha na devoção de Categeró. O portal voltou ao ar (como www.categero.org.br) e as pesquisas tronaram producentes. Tivemos uma troca de correspondência com irmãos do apostolado veritatis splendor e entendemos o questionamento deles. Até porque, já haviam revisado algumas informações errôneas que tinham postado no site. Mas como ainda permanecem inflexíveis quanto a desconsiderarem a devoção a Categeró, sentimos a necessidade de tomar alguma providência. Por isso, na metade do ano de 2011, resolvemos novamente procurar o Ministro Franciscano local. Contatamos com o Frei João Inácio Muller, Ministro Provincial, que solicitou um contato telefônico prévio. Na conversa com ele, por questões de agenda, ele sugeriu que buscássemos aconselhamento com o Pe. Frei Dorvalino Fassini, na igreja São Francisco de Assis de Porto Alegre.
Nesse ínterim, tivemos nosso primeiro contato direto (telefônico) com a tia Eliza de Categeró de São Paulo. Até então, tínhamos com ela trocado, em todos esses quase oito anos, três emails. Foi um longo e esclarecedor contato telefônico. Inclusive, recebendo dela as informações sobre a retirada do patronato do beato Antônio de Categeró do templo com seu nome no Rio de Janeiro. A igreja com o nome do beato era uma Católica Siriana, que sucedeu, no mesmo prédio, da Penha no Rio de Janeiro, a igreja que ali foi fundada, pela Católica Brasileira. Isto explicava claramente os termos quase injuriosos à devoção de Antônio de Categeró feitos pelos procedimentos paroquiais de coleta de óbolos, mas que se tornavam revoltantes de serem estendidos ao beato de Categeró.
Tínhamos, agora, toda a informação necessária para buscarmos o aconselhamento com frei Dorvalino, autor de diversos livros religiosos, além de pesquisador e palestrante sobre a devoção à Santa Clara (Clarismo). Num primeiro momento ficamos descontentes com a decisão do Ministro Franciscano mas foi uma grata surpresa ter ouvido o frei Dorvalino. Ele se pôs à disposição e, atentamente, ouviu e perquiriu questões dos procedimentos de acolhimento da fé. Demonstrou ter entendido a história do beato, do desenvolvimento de sua fé no Brasil e das citações como beato, na Itália, apesar de não constar do hagiolário católico, e principalmente, de como agirmos para buscar algum efeito positivo e definidor. E, depois de quase uma hora de conversação ele apresentou suas sugestões, resumidas em três questões básicas. 1º – Tem de ter alguém em Noto, na Itália; 2º – Não é tarefa de uma só pessoa; e 3º – Tem de acontecer o surgimento de grupos, não necessariamente, só de católicos, para o estudo da vida de Antônio de Categeró.
E aduziu a cada uma das suas proposições as suas razões, uma argumentação correspondente.
1º – Tem de ter alguém em Noto, na Itália;
Todo procecimento de beatificação ou canonização ocorre através de alguém (pessoa ou organização) que faz a gestão do processo. Tem de descobrir quem é e, isto só e possível, se tendo alguém em Noto, na Itália. Se lá houver algum pedido para iniciar ou localizar se ocorreu um processo de beatificação, isso tem de ser resolvido no local de origem dos feitos citados para o reconhecimento canônico. E, se lá estão construindo uma imagem, dele, em tamanho natural, deve existir alguma devoção. Tem de ser conseguido um devoto, lá, que se agregue aos atos daqui.
2º – Não é tarefa de uma só pessoa;
Existe a necessidade de que em outras localidades existam pessoas, também, comprometidas com o mesmo objetivo. Segundo frei Dorvalino, as ordens religiosas vão ser sensíveis à devoção desses grupos de pessoas e, aos poucos, tudo se auto estrutura.
3º – Tem de acontecer o surgimento de grupos, não necessariamente, só de católicos, para o estudo da vida de Antônio de Categeró.
Ele cita o exemplo de na cidade de Assis, na Itália, a existência de um grupo de estudo da vida de São Francisco de Assis com integrantes judeus, ateus, presbiterianos, além de diversos segmentos católicos. Sem pessoas que, realmente, se integrem ou se dediquem, uma devoção não obtém sucesso.
Conclusão
Nosso encontro com o Frei Dorvalino foi extremamente enriquecedor. E a decisão do Ministro em nos encaminhar a ele foi inspirada pelo Espírito Santo. Nosso agradecimento e reconhecimento começa pelo devido registro e pelo posterior acatamento dos sábios conselhos. Muito nos marcou as palavras do frei quando, em princípio, ele disse que dever-se-ia, ir e estar na Itália para resolver. E eu redargüi que não falo italiano. E ele, deixou escapar: “…pena que não sou mais jovem”. Eu recebi dele aquilo como um incentivo para perseverar que a causa era válida.
O mundo se torna um lugar melhor quando entramos o acolhimento que buscamos.
Obrigados frei João Inácio Muller e frei Dorvalino Fassini
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